Virei trabalho de faculdade

Um dia desses, uma das minhas alunas aqui em Los Angeles disse que precisava fazer uma entrevista com uma personalidade famosa para um trabalho da faculdade e perguntou se eu poderia ser essa pessoa! Fiquei um pouco chocado com o pedido, afinal, sou uma pessoa comum, mas aceitei. Foram dois dias de entrevistas, ela usou meu site e meu histórico no Google e lá se foi. Alguns dias depois, ela veio me contar o resultado. Ela tirou a nota 99,5, ou seja, faltou apenas 0,5 para ser perfeito.

Fiquei super feliz e orgulhosa por ela e pedi que me enviasse o texto. Ela o fez e fiquei sem palavras. Quero conhecer essa pessoa, rs…

Segue o texto traduzido, por Google:

“

Rachel Tomosada

Professor Buckner

113 Composição

07/09/23

Superando obstáculos

“Oh meu Deus, minha vida tem sido uma verdadeira montanha-russa agridoce. Quanto tempo precisa ser? Thaty Vidal disse rindo, com os olhos arregalados de lembrança; essa foi a resposta quando perguntei se ela tinha alguma história de superação de obstáculos. A jovem loira muitas vezes podia ser vista no centro de um círculo composto por cavalos a galope e cavaleiros cuidadosamente equilibrados. De ginasta olímpica a se tornar uma amazona internacionalmente famosa e dona de um negócio popular; esta jovem tem provado continuamente ao mundo e a todos os cínicos que não desiste e que adora desafios.

Thaty nasceu e cresceu em São Paulo, Brasil, onde morou com os pais e o irmão. Desde os quatro anos, Thaty seguiu um rigoroso cronograma na ginástica olímpica. Thaty descreve sua jornada na seguinte citação:

Até 1999 (14 anos), fui atleta de ginástica, mas infelizmente sofri uma lesão e tive que interromper meus sonhos. Sempre fui apaixonado por animais, meu pai sempre me levava para passear a cavalo no campo. Um dia descobri que era possível fazer aulas de equitação e competir com os cavalos da escola de equitação, fiquei encantado com a ideia e mergulhei de cara. (Vidal)

Ela machucou o joelho acabando com o sonho de se tornar campeã de ginástica olímpica. Em vez de deixar que isso a destruísse, o desejo de ter sucesso como atleta voltou seu foco para os cavalos.

Rapidamente Thaty avançou em sua carreira de salto até que ela teve que possuir um cavalo para prosseguir no esporte. Infelizmente, comprar um de salto de alta qualidade estava fora de questão por causa do dinheiro, então o pai de Thaty encontrou um cavalo por 5.000 reais.

O grande cavalo vermelho era conhecido por ser cruel, um devorador de homens. Quando Thaty pôs os olhos nele pela primeira vez, sua pele estava bem colada em torno de cada osso; ele parecia um esqueleto ambulante. Apesar das histórias de terror e de sua aparência terrível, Thaty saltou com entusiasmo nas costas do devorador de homens.

Thaty descreve quando ela montou seu cavalo pela primeira vez na seguinte citação:

Foi aí que me surpreendi, aquele animal tinha coração… Nos demos bem desde o início, ele me aceitou, e eu me senti bem!!!… Me apaixonei e sabia que ele seria meu companheiro. (mudei o nome) para Biscoito (de) um filme da época, Sea Biscuit, acho que é porque são cavalos polêmicos. (Vidal)

Embora Thaty tenha conseguido comprar um cavalo, muitas pessoas não gostaram da nova dupla. Na consulta veterinária, o veterinário riu dela, zombando que ela queria comprar aquele cavalo malvado e quebrado para pular. As pessoas ao redor de seus estábulos fofocavam e a rotulavam de idiota e seus sonhos de competir a 1 metro eram absurdos.

Apesar da negatividade, Thaty continuou perseguindo seus sonhos. Cada vez que seu cavalo a derrubava, ela montava novamente; determinado a provar que os pessimistas estavam errados. Com hematomas, suores e lágrimas, Thaty continuou treinando Biscoito todos os dias.

Finalmente, depois de quatro meses, a sua determinação valeu a pena. No final de 2005, Thaty participou do Campeonato Paulista Amador, uma exposição equestre de grande prestígio. Cavalos e cavaleiros zumbiam pelo recinto de exposições. Os cavaleiros estavam em seus trajes elegantes de primeira linha, com cavalos de sangue azul brilhando ao sol. Thaty parecia muito deslocada com seu cavalo de segunda categoria, arreios e roupas de segunda mão. Quando eles entraram no ringue, surpreenderam a multidão. A dupla teve um desempenho perfeito; derrotando habilmente os elegantes cavaleiros e seus cavalos. Dos 200 competidores, Thaty conquistou o 13º lugar. Com determinação e perseverança, Thaty conseguiu transformar um cavalo “devorador de homens” em um campeão.

Instantaneamente, Thaty Vidal e Biscoito ficaram famosos. A cada show em que participavam, eles provavam que todos os cínicos estavam errados, pois ganhavam continuamente contra cavaleiros e cavalos mais ricos. Nos três anos seguintes, eles avançaram continuamente, passando de 1,0m para 1,10m. Em 2008, ela decidiu ir para o próximo nível e saltar 1,20m, uma altura que a maioria dos cavaleiros experientes considerava extremamente difícil.

A segunda competição de 1,20 m de Thaty durou três dias. Na segunda rodada do segundo dia, Thaty e Biscoito galopavam pelo percurso normalmente. No entanto, à medida que os cascos atingem o solo em rápida sucessão, a unidade entre o par começou a se desgastar. Rapidamente se tornou uma batalha entre cavalo e cavaleiro. Um, dois, três, quatro, Thaty antecipou os passos em direção ao salto imponente que lançou uma sombra sobre a dupla lutadora. Um, dois, três – uma onda repentina de medo ficou presa em sua garganta quando o barulho dos cascos parou abruptamente pouco antes do salto. Enviando Thaty voando pelo ar. Com um baque, suas costas bateram no chão, enquanto uma pedra de agonia tirava seu fôlego.

Depois disso, a leve ideia de montar em um cavalo induziu tanto medo que a deixou enjoada. Com as palavras desdenhosas dos seus cínicos ecoando em seus ouvidos, Thaty começou a duvidar de si mesma e perdeu a vontade de cavalgar ou até mesmo ver seu cavalo. Ela sentiu que a vida a havia derrubado da sela.

Foi o pai que a tirou deste momento negro, com a sugestão de voltar a montar para recuperar a confiança e o amor pelo desporto que perdeu. Durante seis meses, Thaty e seu cavalo cavalgaram apenas por diversão, eles apenas passavam algum tempo juntos e reaprenderam a confiar um no outro novamente.

O pai de Thaty a incentivou a tomar medidas para superar seu medo, inscrevendo-a para ir a um show. Todos os sentidos pareciam intensificados enquanto o medo pulsava nas veias de Thaty. Apesar de sua crescente sensação de pânico à medida que sua vez se aproximava, ela forçou a descida para evitar que Biscoito também se assustasse.

Finalmente, foi a vez de Thaty. Canalizando o medo para a concentração, ela pediu à montaria que galopasse. Os dois pareciam estar compartilhando a mesma mente enquanto passavam graciosamente cada salto. Uma alegria imensa percorreu seu corpo quando ela percebeu que havia vencido! Thaty descreve o show onde ela superou o medo e venceu na seguinte citação:

“Foi incrível voltar e poder vencer, porque depois daqueles seis meses, pensei que meu cavalo não era capaz e eu não era capaz, então quando conseguimos voltar e vencer, isso nos deu a força que precisávamos para continuar avançando,… Parecia que voltamos mais fortes do que nunca, melhores do que nunca.”

Thaty não apenas superou seus medos e pareceu recuperar o controle de sua vida após esse show, mas também foi quando o primeiro patrocinador de Thaty a abordou.

Muitos anos se passaram e ela se tornou uma amazona internacionalmente famosa, trabalhou para cavaleiros olímpicos, realizou seu sonho de ter filhos e até foi dona de sua escola de equitação. Parecia que Thaty havia terminado vitoriosamente sua corrida de resistência quando sua vida agiu como um cavalo assustado e cresceu, levando-a na direção oposta.

Em 2019, a vida mais uma vez tirou Thaty da sela quando ela desenvolveu esclerose múltipla, deixando-a paralisada do pescoço para baixo. “Quando eu ficava dormente, sempre chamava isso de fase do saco de batata… era tão ruim que meus filhos brincavam com meu corpo e meu corpo não reagia. Foi muito ruim e desisti por 6 meses”, relembrou Thaty.

Confinada em uma cama de hospital durante seis meses, deixou Thaty louca. Foi doloroso não poder continuar sua paixão, carreira e sustento. Devastada, ela desistiu de tudo.

“Então, um dia, eu estava olhando em volta do meu quarto de hospital, fui até meu pai e disse para me tirar daqui, me levar para a hípica.”

Seu pai concordou. Assim que ela chegou, o desejo desesperado de voltar e cavalgar tomou conta dela de uma só vez, de sentir aquela liberdade montada em um cavalo, ela perguntou ansiosamente ao pai se ele poderia ajudá-la a montar um de seus cavalos.

Ele respondeu rindo, pensando que ela estava louca, mas ela persistiu até que ele finalmente concordou. Embora o cavalo estivesse simplesmente andando, ela se sentia realizada montando-o. Thaty sentiu alegria pela primeira vez em meses, mas nem todos compartilhavam de seu entusiasmo.

Thaty listou tudo o que as pessoas disseram a ela:

“(Todos disseram) Eu era louca, estúpida, não me importava com a minha vida, não me importava com a vida dos meus filhos, que fui egoísta e vou me matar e deixar meus filhos sem mãe, e cavalos me matariam… “

Apesar de seus céticos, Thaty perseguiu seu objetivo alimentada por sua determinação. Com o tempo, os dias que passou andando ajudaram a fortalecer seus músculos, permitindo-lhe mover as pernas e os braços. Thaty riu ao compartilhar sua alegria por ser capaz de manter o equilíbrio e controlar sua montaria subindo e descendo a colina.

Eu adorava subir e descer porque não conseguia fazer isso sozinha (a pé), então meu pai disse “Vá para a pista e (eu respondi) Não, não vou, indo para a pista, vou subir e descer. (Ele perguntou) Por que você está fazendo isso? (E eu respondi) “Porque eu posso!!! Você não sabe como é bom.”

Durante os 6 meses seguintes, ela trabalhou para recuperar as forças e reaprender a andar. Thaty lembrou que apesar de cair frequentemente, ela nunca desistiu. Com prática consistente, ela gradualmente re-aprendeu o trote, seguido do galope e, eventualmente, recuperou a habilidade de saltar.

“Lembrei-me de algumas vezes quando estava cavalgando e voltei a pular, minhas pernas ficavam dormentes e eu saía da (sela)… e batia no chão e meu cavalo (seria tipo ) O que você está fazendo?”

Isso disse com uma risada. Mesmo que ela estivesse melhorando, Thaty jurou que nunca mais seria capaz de pular 1,0 m, até a ideia de pular 0,60cm a assustava. Apesar do medo, ela começou a saltar pequeno e entrou nos shows, pedindo conselhos aos juízes para melhorar ainda mais sua montada.

Por conta de sua fama, Thaty usou o nome de Donatella Garzzi enquanto fazia shows para eliminar opiniões tendenciosas. Em cada show, os jurados a criticavam com olhares céticos. Prevalecendo acima dos escárnios e comentários ásperos, ela corrigiu seus erros e gradualmente começou a avançar. Thaty descreve como ela superou o medo de pular 1 metro na seguinte citação:

“Então o medo veio com força total. Fiquei apavorada com 1m. Pensei em não dar o último passo… Mas lembrei porque estou fazendo isso, quero me superar e voltar a fazer o que amo, não deixando a doença me derrubar. Se cheguei até aqui, não vou voltar. Não foi fácil…Quando terminei a pista foi um alívio e uma sensação muito boa, consegui, superei o medo, fiz a pista.” (Vidal)

Depois de meses de perseverança, seu trabalho árduo finalmente valeu a pena e ela alcançou seu objetivo. Ela estava de volta à sela, tanto a cavalo quanto em sua vida.

Em 2021, Thaty chegou à Califórnia apenas com a roupa do corpo, algumas calças, um par de botas e um capacete; desejando aprender um tipo diferente de equitação chamado Hunter Jumpers.

“Sempre, quando via cavaleiros americanos montando, percebia que a pilotagem deles era muito diferente dos outros, quase nunca sentavam na sela, sempre fiquei um pouco intrigado com isso, então este ano decidi passar um tempo na Califórnia para realmente aprender.” (Vidal)

Apesar dos planos de uma estadia curta, devido a inúmeras complicações, ela acabou ficando na Califórnia; trabalhando na escola de equitação que frequento. Thaty achou tudo estranho e desconhecido e não encontrou nada além de dificuldades em sua decisão de ficar, como: obter um visto, deixar os filhos para trás no Brasil e aprender inglês.

No entanto, seu maior desafio não era tão óbvio. A maioria a desconsiderou como uma amazona experiente devido à sua herança. Todas as coisas que Thaty conquistou e tudo que ela superou perderam o sentido no momento em que pisou na América. Ela descreve esse desafio na seguinte citação:

“(Todo mundo conhece) os cavaleiros europeus, os cavaleiros americanos, mas os cavaleiros brasileiros, apesar de sermos os melhores, ninguém fala, então precisamos nos provar sempre… Estou aqui há três anos, e até agora tenho dúvidas de como vai ser… Apesar de ter feito muito internacionalmente, (competi) em vários países. É como se minha formação não significasse nada… (eu tive) que reconstruir do zero e toda vez preciso provar meu valor, “

A partir de agora, Thaty enfrenta essa batalha constante todos os dias, mas se recusa a desistir; mesmo que a decisão mais fácil fosse voltar para casa. Estimulada por sua determinação em superar isso; gradualmente, o véu da discriminação está sendo levantado daqueles que a rodeiam e reconhecendo-a como uma amazona.

Atualmente, Thaty ainda mora na Califórnia, onde é minha treinadora, possui dois cavalos e compartilha sua paixão pelo esporte ensinando crianças a montar. A jovem loira sempre tem um sorriso no rosto enquanto faz seus alunos rirem e adorarem andar do jeito que ela faz.

Com seu comportamento doce e corajoso, ninguém poderia imaginar todas as dificuldades que ela teve que superar. Com os olhos arregalados de admiração por minha treinadora, agora escrevo ansiosamente a montanha-russa de sua vida, repleta de quedas inesperadas e alturas altíssimas. Verdadeiramente uma montanha-russa tão significativa que as pessoas deveriam se inspirar nela e saber que se você continuar perseverando, poderá superar qualquer coisa. “